Fevereiro 3, 2022
Livro “Arquitectura Paisagista”, de Ilídio Alves de Araújo
Publicado com o apoio da Associação Campo Aberto e da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas, este livro, da autoria de Ilídio de Araújo e coordenado pelo Arq. Paisagista Fernando Santos Pessoa e pelo Dr. José Carlos Costa Marques, oferece um importante testemunho da transformação de Portugal ao longo de seis décadas.
Interessa, pelo título, à arquitectura paisagista, mas, pelo conteúdo, igualmente à agricultura, à agronomia, à economia agrária, ao planeamento territorial, à geografia, à administração pública local e central, às ciências biológicas, ecológicas e do ambiente, à floresta e à silvicultura, aos conservacionistas e defensores da natureza e do ambiente, aos decisores públicos e privados, e a quem quer que procure compreender o estado e a história do território português.
A publicação está prevista para Abril, Mês Internacional da Arquitectura Paisagista.
BIOGRAFIA
O Autor deste livro, Ilídio Alves de Araújo, licenciado em Agronomia e diplomado em Arquitectura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia em 1953, foi aluno de Francisco Caldeira Cabral, o introdutor em Portugal da Arquitectura Paisagista, a quem, mais que uma vez, rende sentida admiração e homenagem. E do qual, com Gonçalo Ribeiro Telles, António Viana Barreto e uma plêiade de primeiros discípulo desse Mestre, se tornou continuador.
De Ilídio Alves de Araújo foi recentemente publicado (em segunda edição, não comercial, a cargo de Lisboa Capital Verde Europeia 2020) um livro monumental, Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, cuja primeira edição data de 1962, que ocupa um lugar único na história do livro em Portugal. Com este outro livro do Autor, Arquitectura Paisagista ou a «organização do espaço» nas Paisagens, ficará disponível ao público uma antologia de escritos dispersos por numerosas publicações difíceis de encontrar e que lança uma luz nova sobre a evolução do território português, em especial nas últimas seis décadas.
Nascido em ambiente agrário de montanha (no planalto da Lameira, Celorico de Basto), o Autor manteve-se a ele sempre umbilicalmente ligado como pequeno empresário agrícola e florestal, o que explica a atenção especial que toda a vida dedicou aos problemas da economia agrária, que nos seus escritos estão sempre presentes em estreita ligação com as questões de organização do espaço nas paisagens, para ele expressão sinónima de «arquitectura paisagista». Por isso se considera como agrónomo-paisagista quando se refere à sua longa carreira profissional na administração pública.
Nela ocupou-se de tarefas de planeamento territorial, de agricultura, de economia agrária, de planeamento urbano e de planeamento económico, tendo ainda, de 1986 a 1998, exercido profissão liberal como arquitecto paisagista.
Posteriormente, dedicou-se a uma original interpretação da toponímia pré-romana das paisagens de Portugal, com base na reinterpretação crítica da historiografia da Idade do Bronze. Nesse domínio, deixou extensos escritos, a maior parte ainda inéditos.
SINOPSE
Esse vasto naipe de actividades e interesses profissionais, científicos e cívicos exprimiu-se em numerosos escritos, conferências, artigos em jornais e revistas, pareceres e estudos, de que este livro, Arquitectura Paisagista ou a «organização do espaço» nas Paisagens, numa recolha feita pelo próprio Autor, apresenta uma amostra diversificada. Daí que, se a obra explicitamente sublinha como público-alvo os profissionais da arquitectura paisagista, ela seja também do maior interesse (dir-se-ia mesmo, de leitura indispensável) para agrónomos, economistas agrários, planeadores e técnicos do território, geógrafos, engenheiros e técnicos do ambiente, biólogos, silvicultores e ecólogos, políticos e decisores nesses domínios, bem como empresários, administradores e gestores.
E ainda, de maneira evidente, para todos os cidadãos activos na esfera da defesa do património natural e construído, da biodiversidade, da conservação da natureza, da energia, da qualidade da paisagem (que o Autor encara primacialmente como paisagem produtiva da qual é indissociável a sua real beleza), em suma, por todos os que levam a sério a cidadania e se empenham em ver com olhar crítico o país que se lhes apresenta.
Embora este livro (que tem por subtítulos «problemas de economia, arquitectura e gestão das paisagens humanizadas; compêndio de meditações de um agrónomo-paisagista) tivesse sido deixado pronto e estruturado na quase totalidade, tem que ser considerado como edição póstuma, já que a morte – embora prevista e anunciada – impediu o Autor de fazer ele próprio uma joeira final que se adivinha ter sido sua intenção e desejo, e que por fim expressamente confiou aos coordenadores desta edição.*
A estes e apenas a eles se devem atribuir eventuais erros que possam ter desvirtuado a intenção do Autor, embora no trabalho de edição tenham posto uma escrupulosa atenção, a máxima de que foram capazes.
* Fernando Santos Pessoa e José Carlos Costa Marques