JARDINS, PARQUES E OUTROS ESPAÇOS VERDES URBANOS DE RECREIO E LAZER

JARDINS, PARQUES E OUTROS ESPAÇOS VERDES URBANOS DE RECREIO E LAZER

Estádio Nacional

Pode-se considerar que a prática da Arquitectura Paisagista em Portugal se iniciou com o projecto do Estádio Nacional.

Embora o trabalho de Caldeira Cabral e de Konrad Wiesner não tenha sido levado a cabo até ao fim, a sua marca naquilo que é hoje o vale do Jamor é incontornável. O seu envolvimento entre 1937 e 1939 está bastante bem documentado. O regresso de Caldeira Cabral a Portugal em 1939 traduziu-se naturalmente numa diminuição da correspondência e a informação nos arquivos até à data encontrada, nomeadamente na Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, no Estádio Nacional, em arquivos fotográficos e na consulta da imprensa da época não esclarecerá por completo os acontecimentos.
Um documento, datado de 11 de Agosto de 1939, que corresponde claramente a uma tradução de uma carta de alemão para português proveniente dos viveiros Spaeth, informa sobre a proposta que esta casa enviou à Comissão Administrativa das Obras do Estádio para execução de trabalhos. Nomeadamente, diz-nos que o arquitecto paisagista Georg Gunder – que já tinha colaborado nos Jogos Olímpicos de Berlim – viria duas a três vezes a Portugal. Um técnico experimentado iria estar em Portugal entre 1 de Janeiro e 30 de Abril de 1940 assim como um jardineiro-chefe experimentado permaneceria em Portugal desde 1 de Outubro de 1939 até 30 de Abril de 1941. Este documento dá-nos, pelo menos, a ideia de haver uma programação que faz crer que, ainda um ano antes das celebrações dos Centenários em 1940, o objectivo era inaugurar o Estádio nessa mesma ocasião.

Estádio Municipal de Braga

O projeto dos espaços exteriores do estádio Municipal de Braga incide numa área profundamente alterada, consequência da construção do edifício e das infraestruturas que o servem.

As necessidades específicas de acessibilidade, nomeadamente declives, também obrigaram a importantes alterações topográficas. Tendo em atenção as intenções fundamentais por detrás do projeto, e a forma em como o edifício se imiscui na topografia a (re) construção de uma paisagem basilar, foi considerada a escolha acertada, e razão pela qual a terra, rocha e plantas são elemento seminal nesta construção. Apesar do enorme esforço de construção – por exemplo a linha de vale foi elevada entre quatro e seis metros – o objectivo foi criar uma “paisagem inicial” que evolua ao longo do tempo, transformando-se e mimetizando-se com a paisagem em que se insere todo o complexo. Arquitecto Paisagista: Daniel Monteiro, Arquitectura: Eduardo Souto de Moura.  Ano: 2000-2004

Requalificação Paisagística do Lavadouro dos Machados

Projecto de requalificação da envolvente de um lavadouro comunitário na localidade de Machados, com reforço das amenidades para maior incentivo à fruição da comunidadeequena obra em espaço rural.

Projecto elaborado para a Câmara Municipal de São Brás de Alportel, enquanto técnico da autarquia, em Setembro 2007, sendo a obra executada em 2008 e inaugurada em 2009.

Parque da Cidade do Porto

O Parque da Cidade é o maior parque urbano do país, com uma superfície de 83 hectares que se estendem até ao Oceano Atlântico, uma particularidade rara a nível mundial.

Em 1982, a convite da Câmara Municipal do Porto, o arquitecto paisgista Sidónio Pardal inicia os trabalhos de concepção do Parque da Cidade do Porto. Este trabalho, desenvolvido no âmbito da Universidade Técnica de Lisboa, permitiu um aprofundamento dos estudos sobre a História da Arquitectura Paisagista em geral e sobre os Parques Urbanos em particular. O projecto foi acompanhado de estudos sobre a História da Arquitectura Paisagista, com destaque para a Escola Paisagista Inglesa, a obra de Pückler na Alemanha, a obra de Olmsted e a de Jens Jensen nos EUA, entre outros.

Foi sido inaugurado em 1993 (1ª fase) e finalizado em 2002. A presença da pedra assume uma característica preponderante deste parque, onde a construção de muros de suporte de terras, estadias e pavimentos criam uma ideia rural e campestre. Em 2000, foi selecionado pela Ordem dos Engenheiros, como uma das ‘100 obras mais notáveis construídas no século XX em Portugal’.

Fonte: turismo do porto e sidónio pardal

Parque das Serras do Porto

Esta paisagem protegida de âmbito regional é considerada o pulmão verde da Área Metropolitana do Porto.

Um projeto com mais de 70 anos, com conceito de Antão de Almeida Garrett, autor do plano regulador da cidade do Porto, idealizado pelo arquiteto paisagista Ilídio de Araújo, entre outros. Em 2014, os Presidentes das Câmaras Municipais de Gondomar, Paredes e Valongo comprometeram-se em torno deste projecto, tendo constituído uma equipa intermunicipal, reunindo técnicos de diferentes valências, sendo a coordenação do plano de gestão a cargo da arquiteta paisagista Teresa Andresen. Foi formalizado no ano de 2016 e abrange 5700 hectares de floresta, de elevado potencial económico, cultural e ambiental, constituída pelas serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria e Banjas, tendo sido atribuído no ano de 2017, o alto patrocínio da Presidência da República.

Trata-se de um parque florestal de excelência a poucos minutos da cidade do Porto, sendo por isso, um excelente exemplo no âmbito do ordenamento do território da actualidade, sendo da maior relevância no contexto da área metropolitano do Porto e no território nacional.