Dezembro 23, 2022

Atribuição do Prémio Nacional da Paisagem 2022

O Prémio Nacional da Paisagem 2022 foi atribuído, em Cerimónia Pública, à candidatura apresentada pelo Município da Lousã, «Aldeias da Serra da Lousã – Onde as aldeias soam a único». O Júri considerou o projecto exemplar ao nível das políticas e medidas desenvolvidas que, ao longo do tempo, permitiram a recuperação do património edificado e revitalização das aldeias, atribuindo-lhe novas funções que evitaram o seu abandono e declínio. Reconheceu tratar-se de um projecto com um histórico de vinte anos de trabalho, marcados por uma liderança política e técnica raras e que mostra agora a pretensão de pretender evoluir no sentido da criação de uma Paisagem Protegida, iniciativa que vai ao encontro do objectivo maior das metas das políticas europeias para 2030 no âmbito da conservação da natureza e da biodiversidade.

Foram ainda atribuídas menções honrosas às seguintes candidaturas:

«Montalegre – Uma Ideia da Natureza! I Paisagem Agro-Silvo-Pastoril no Parque Nacional da Peneda-Gerês», apresentada pelo Município de Montalegre, pela qualidade da paisagem e pela abordagem à gestão de um território agro-silvo-pastoril que se mantem vivo e que integra actividades que garantem a manutenção de uma paisagem produtiva, tradicional, de grande qualidade cénica e com importante contribuição para a manutenção dos serviços dos ecossistemas. Trata-se de uma candidatura que envolve os aspectos agro-silvo-pastoris, mas também a própria comunidade existente, num processo que é integrador do ponto de vista social.

«Renature Monchique», apresentada pelo GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente. O Júri reconheceu a qualidade e inovação da iniciativa e as medidas previstas no projecto, com foco na recuperação de uma paisagem ardida, apresentando uma proposta para um problema actual. O projecto tem subjacente uma filosofia participativa, que visa apoiar os proprietários privados afectados, apoiando a implementação de acções de reflorestação associadas a uma campanha de sensibilização, seguida de um trabalho de monitorização e apoio à gestão, procurando assim garantir a melhor condução possível dos povoamentos e o sucesso das novas plantações.

«Da Serra d’Agra à Foz do Âncora – A singularidade de uma paisagem entre o Minho e o Lima», apresentada pelo Município de Caminha e que tem como entidades parceiras os Municípios de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Comunidade Intermunicipal do Alto Minho. O Júri reconheceu no projecto uma iniciativa inspiradora, tendo subjacente o estudo e conhecimento da paisagem, integrando uma dimensão participativa relevante e uma boa divulgação. A implementação do projecto permitiu criar uma estratégia de valorização do património paisagístico enquanto elemento diferenciador de elevado potencial, associada a um modelo intermunicipal de gestão conjunta, afigurando-se que tal estratégia possa ser percursora da criação de uma Paisagem Protegida.

A 4ª edição do Prémio Nacional da Paisagem registou a recepção de 22 candidaturas, dezassete da iniciativa municípios, duas provenientes de Associações de Municípios, duas de Organizações Não Governamentais e uma de uma Região Autónoma.

O vencedor deste prémio será o candidato nacional ao Prémio da Paisagem do Conselho da Europa 2023, que já vai na sua 8.ª edição e que tem por objectivo distinguir a implementação de uma política ou de medidas (de protecção, gestão e/ou ordenamento da paisagem) sustentáveis e que constituam uma boa prática de sensibilização e participação pública.

(Re)veja a cerimónia de entrega do prémio e acompanhe a Política Nacional da Arquitectura e Paisagem no seu website e nas redes sociais.

 

Texto recebido por email da Política Nacional de Arquitectura e Paisagem <[email protected]>