O Corredor Verde do Rio Leça desenvolve-se ao longo dos 42km da sua extensão, fazendo a ligação entre a serra e o mar. Trata-se de um Corredor Verde que atravessa a Área Metropolitana do Porto, área densamente ocupada, constituindo-se como um grande parque de proximidade para as populações dos municípios de Matosinhos, Maia, Valongo e Santo Tirso.

O projecto no total da sua extensão será realizado pelo gabinete LRC – Arquitectura Paisagista e tem por principais eixos de acção:

1. recuperação ambiental e paisagística através das acções limpeza, consolidação de margens e rearborização e redução de focos de poluição;
2. mobilidade assegurando a circulação pedonal e ciclável interligando-se núcleos urbanos e equipamentos (escolas, indústrias, grandes áreas de serviços) de modo mais seguro e por percursos mais curtos e ainda assegurar interligação com o transporte público, destacando-se o metro;
3. permitir o contacto com os espaços naturais no incentivo do recreio e contacto com os elementos fundamentais à vida (água, ar, solo, biodiversidade); e
4. assegurar a ligação com os elementos de valor patrimonial e cultural, nomeadamente Caminho de Santiago, Mosteiro de Leça do Balio, sítios arqueológicos, moinhos, pontes a açudes.

A intervenção é distinta ao longo da margem, podendo constituir-se como um corredor estreito quando na presença de condicionantes ou integrar áreas extensas quando atravessa parques públicos, espaços agrícolas e florestais e quedas de água.

A primeira fase do projecto abrange um total de 18 km no município de Matosinhos, encontrando-se construídos aproximadamente 7km.

Relativamente à primeira intervenção pode-se apontar como regra geral que ao longo do rio Leça se desenvolve uma faixa ciclável com 2,5m de largura e um percurso pedonal de 1,5m perfazendo no total uma faixa de mobilidade com 4,0m de largura. Quatro pontes novas (Parque de Moreira, Parque das Varas, Ponte da Pedra e ligação à ribeira de Picoutos) fazem a ligação entre margens. As pontes existentes são integradas e associadas ao percurso do rio.

Para além dos 4,0 m destinados à faixa ciclável e pedonal efectuou-se a plantação de árvores e arbustos pertencentes à galeria ripícola da região e hidrossementeira com espécies pioneiras para evitar a erosão nos primeiros anos. Esta plantação estabelece ligação com as acções de engenharia natural aplicadas nos taludes do rio, projecto da responsabilidade do gabinete Engenho e Rio.