Agosto 2, 2023

Guimarães é finalista na corrida a Capital Verde Europeia 2025

GUIMARÃES
Património Mundial da Humanidade (2001), Capital Europeia da Cultura (2012), Cidade Europeia do Desporto (2013), mais perto de se tornar Capital Verde Europeia em 2025

Guimarães vê, pela segunda vez, o seu percurso ambiental reconhecido pela Europa no que toca ao seu compromisso com a sustentabilidade, pelo seu exemplo e dedicação em definir uma estratégia que, aos poucos, foi moldando os vimaranenses nas suas ações, atitudes e comportamentos ambientais. A aplicação de algumas medidas ambientais inovadoras, implementadas ao longo dos últimos anos, foram contributos importantes para que este território seja cada vez mais resiliente, preparado para dar resposta aos desafios ambientais do presente e do futuro.

Desde muito cedo, Guimarães apostou numa estratégia sustentabilidade apoiada na defesa e respeito pelo ambiente, tornou-se num concelho mais proactivo, somando todos os anos uma série de iniciativas, projetos, muitos deles pioneiros, aliados à proteção do ambiente, à sustentabilidade, à monitorização dos ecossistemas, à identificação de um património vegetal rico, contando com o apoio imprescindível do Laboratório da Paisagem, criado em 2014, que se tornou uma referência nacional, promotor do desenvolvimento sustentável do território, focado na inovação, investigação e divulgação científica, bem como na sensibilização ambiental da população[1].

Em 2013 foi constituída a Estrutura de Missão[2], com um horizonte do ano 2030, uma plataforma de discussão e reflexão sobre os grandes temas do desenvolvimento sustentável: Alterações Climáticas e Energia; Natureza, Paisagem e Biodiversidade; Resíduos e Eco-Inovação; Ar e Acústica; Mobilidade Sustentável e Planeamento; Água; Ecocidadania, Ecocultura e Turismo Sustentável; Educação, Desenvolvimento Social e Bem-estar, Ambiente Urbano e Smart City; Comunicação; Relações Internacionais. Com o objetivo de criar um histórico de dados agregadores, que serviu para hoje podermos fazer uma avaliação mais criteriosa, segura do caminho que tem sido feito.

Na primeira vez, em 2015, a candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia (CVE) ficou em quinto lugar (entre 13 cidades), ano em que foram selecionadas três candidaturas para disputarem o título de CVE 2020. Dessa vez, o quinto lugar soube a vitória, muito importante para uma primeira candidatura, que validou o caminho que foi traçado até 2017, um passo decisivo que permitiu a Guimarães ajustar as estratégias, em linha com as cidades europeias, o que impulsionou e motivou a continuar o trabalho que estava em curso, direcionando-o para uma futura candidatura.

Com uma nova candidatura no horizonte, foi essencial dar continuidade a todas as estratégias que, desde 2013, foram os pilares que sustentaram todo um conjunto de ações que iriam traçar o rumo, o caminho que se ambiciona. Impulsionador de imensos projetos estratégicos, o Laboratório da Paisagem é, mais uma vez, o grande parceiro que se tornou um aliado poderoso que, com o conhecimento científico de duas universidades (UM e UTAD) e uma equipa de investigadores que põem em prática no terreno diversas atividades, estabeleceu ligação com as escolas, com as juntas de freguesia, com os parceiros institucionais, desenvolvendo anualmente inúmeras ações de sensibilização e intervenções diretas no território.

Guimarães avança novamente em 2023, consciente que tem um percurso mais maduro, mais consistente, capaz de olhar para trás e ter orgulho do caminho percorrido, mas ainda não terminado, longe disso. Chegados a esta etapa, selecionados para uma lista finalista, mais reduzida, é novamente uma vitória, subimos mais um degrau!
É um concelho inteiro premiado pelo caminho que fez, que faz, que investe nas boas práticas na área do ambiente e não só, mas simboliza muito mais, a partir de agora Guimarães está numa rede europeia que vai ter acesso a fundos, a investimento que ajudará a melhorar, aperfeiçoar, solidificar estratégias para intervir no território. Ser escolhida entre 10 cidades europeias é porque estamos no bom caminho.

Guimarães contou com o envolvimento da comunidade em vários momentos, ajuda valiosa para que tudo faça sentido. Um dos muitos exemplos foram a criação das Brigadas Verdes, que nascem no âmbito do projeto Guimarães Mais Verde. Grupos de voluntários, cidadãos atentos e vigilantes que se apoiam na proteção, na conservação, na dinamização do seu território. O seu campo de atuação é na sua freguesia, no seu rio, na sua rua, sob o lema “arregaçar as mangas e mãos a obra!”.

A candidatura de agora reflete um trabalho sólido, mais amadurecido, redigida por um grupo alargado, multidisciplinar, que procurou integrar todos os indicadores de uma forma abrangente. Reflete e sintetiza muita informação e dados técnicos adquiridos ao longo de quase uma década, essenciais para responder com segurança às questões das 7 áreas selecionadas pela União Europeia.

Este não é um título para eleger a cidade europeia perfeita, que não tem problemas, antes pelo contrário, legitima mérito ao reconhecer os seus pontos fortes e menos fortes, a forma que encontrou para enfrentar os seus desafios. É uma porta que se abre para implementar mais projetos, com ideias novas, incentivo a fazer mais, e isso é o que acrescenta valor, a ambição de fazer mais e melhor, fazer de Guimarães uma referência.

Porque em terra de conquistadores, todos os desafios são para ganhar! Os vimaranenses têm na veia uma força que os arrasta até à conquista, ao orgulho da sua terra, a paixão que os move em direção ao reconhecimento de um caminho que poderá culminar com a distinção de Capital Verde Europeia de 2025.

Em outubro seremos selecionados como uma das cidades mais sustentáveis da Europa e ser cidade inspiradora de outras cidades? Espero que sim.