Dezembro 16, 2019

Posição APAP/IFLA Europa 2019: Paisagens e Memórias Partilhadas

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PAISAGENS E MEMÓRIAS PARTILHADAS

 

A arquitetura paisagista, a sua prática e teorias, em ambientes urbanos, peri-urbanos, rurais e selvagens estão em constante interacção com as dinâmicas social, cultural e política. Quando a interação entre pessoas e os seus entornos acontece, esta interação torna-se uma memória.   Esta memória contribui para a identidade social; influenciando o comportamento dos indivíduos e das comunidades ao longo do tempo e fornece uma ligação importante com o passado que também pode definir o presente e o futuro.

Os abaixo-assinados, como representantes das 34 Associações Nacionais da Região Europeia da Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas, tendo considerado a Paisagem e Memórias durante a nossa Assembleia Geral em Antalya, Turquia, 2019 fazemos as seguintes declarações:

 

 ACREDITAMOS

 

Arquitetos paisagistas
têm a formação, experiência e conhecimento para reconhecer a importância das memórias na percepção, planeamento e gestão das paisagens, percebendo a importância das memórias para a saúde e o bem-estar das pessoas.

 

Arquitetos paisagistas
agem, para permitir que as pessoas e as comunidades se lembrem, valorizem, ativem e  desenvolvam as suas memórias em relação às suas paisagens.

 

Observando que a paisagem tem um importante papel de interesse público nos âmbitos cultural, ecológico, ambiental e social;

Consciente de que a paisagem contribui para a formação de culturas locais e que é um componente básico do património natural e cultural, melhorando o bem-estar humano e a consolidação das identidades em todos os níveis, do contexto local ao global.

Reconhecendo que a paisagem, como uma área coompreendida pelas pessoas, conecta valores e memórias patrimoniais em relação às culturas, crenças e valores das pessoas e possui uma diversidade infinita que é multifacetada e aberta a muitas interpretações.

Percebendo que as mudanças a decorrer no ambiente económico aceleram a transformação das paisagens e contribuem para a perda ou alteração das memórias ao longo do tempo, ameaçando assim a cultura e o património.

 

PEDIMOS

Ao Conselho da Europa, à União Europeia, ao Grupo de Peritos da Comissão sobre o Património Cultural, à Aliança do Património Europeu 3.3 e aos Estados-Membros da IFLA para prestar, no âmbito de estratégias paisagísticas abrangentes e de outras políticas setoriais, atenção ao papel das memórias no desenvolvimento, protecção e gestão da paisagem, de modo a:

Responder ao desejo do público de desfrutar de paisagens de alta qualidade e de desempenhar um papel activo no desenvolvimento das paisagens; acreditando que a paisagem é um elemento-chave do bem-estar individual e social e que a sua protecção, gestão e planeamento implicam direitos e responsabilidades para todos;

Garantir que cada sociedade se comprometa a identificar as suas próprias paisagens e memórias conectadas, observando mudanças e avaliando as paisagens assim identificadas, tendo em conta os valores materiais e imateriais específicos que lhes são atribuídos pelas partes interessadas e pela população em questão.

Implementar o reconhecimento do património natural, cultural e histórico, de modo a ter um impacto vital nas estruturas de memória e identidade, de modo a que as paisagens permaneçam abertas a várias interpretações, preservando e dando espaço para diversas camadas de memória.

Promover tecnologias novas e tradicionais que podem ser usadas para capturar e proteger memórias comuns e individuais.

Dar continuidade a outros textos internacionais e europeus sobre o assunto, tais como:

  • A Carta Social Europeia (CoE, 1961),
  • A Convenção do Património Mundial (Paris, 1972), cujas Diretrizes Operacionais expressaram pela primeira vez a noção de Paisagens Culturais,
  • A Recomendação sobre a participação das pessoas em geral na vida cultural e sua contribuição para ela (UNESCO, Nairobi, 1976),
  • O Plano de Ação sobre Políticas Culturais para o Desenvolvimento (UNESCO, Estocolmo, 1998),
  • A Convenção Europeia da Paisagem (CoE, Florença, 2000),
  • Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (UNESCO,  2003),
  • Convenção sobre a Promoção e Diversidade de Expressões Culturais (UNESCO, 2005),
  • A Declaração de Davos (2018).

 

Antalya,  9 de Novembro de 2019.[/vc_column_text][button size=”medium_rd_bt” use_icon=”yes” url=”https://apap.pt/wp-content/uploads/2019/12/2019IFLAEuropeResolutionLandscapesandSharedMemories.pdf” target=”yes” icon=”fa-file-pdf-o”]Visualizar Ficheiro Original[/button][/vc_column][/vc_row]